Transtorno do Espectro Autista: tudo o que você precisa saber!

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O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado como um transtorno do neurodesenvolvimento sendo presentes dificuldades na: comunicação e interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados e também podendo apresentar um repertório restrito de interesses e atividades.

Transtorno do Neurodesenvolvimento: problemas neurológicos que podem interferir na aquisição, na retenção ou aplicação de habilidades ou conjuntos de informações específicos. Pode envolver disfunção na interação social, memória, linguagem.

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Por mais que o termo autismo seja utilizado, é mais certo utilizar o nome extenso "Transtorno do Espectro Autista", já que esse Espectro é justamente por envolver situações e apresentações que se diferem, mas englobados como TEA. Sendo uma gradação que se estende da mais leve a mais grave, sendo ambos relacionados com dificuldades de comunicação e relacionamento social (BRUNA, M. H. V. 2014)

Níveis do Transtorno

De acordo com o Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais (DSM) — que realiza a classificação e diagnóstico na área da saúde mental — o Transtorno do Espectro Autista é classificado de acordo com três níveis: I - Exigindo apoio, II - exigindo apoio substancial, III - exigindo apoio muito substancial. 

Abaixo você pode ver uma tabela e compreender mais cada um dos níveis:
Níveis de Gravidade do Transtorno do Espectro Autista
Níveis do Transtorno do Espectro Autista - Fonte: APA (2014)



Sinais

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria em seu Manual voltado ao Transtorno do Espectro Autista, os sinais podem surgir logo depois do nascimento. 

Porém, como é salientado, na maioria dos casos os sinais só são consistentemente identificados entre os 12 e 24 meses de idade da criança. Porém, o diagnóstico ocorre, em média, somente entre os 4 e 5 anos de idade.

Os sinais de alerta são:

Sinais de alerta do Transtorno do Espectro Autista
Sinais de alerta - Fonte: APA (2014)



Causas do Transtorno

Embora o TEA esteja sendo muito discutido e comentado, suas causas ainda são desconhecidas. Porém, pesquisas feitas relacionam as causas a dois fatores: genéticas e ambientais. 
  • Fatores Genéticos: Cientistas do mundo todo identificaram diversos genes ligados ao TEA. Sabe-se que nesses casos, o autismo ocorre devido a alguma falha no processo de desenvolvimento cerebral, logo no início da formação do feto (RUSSO, 2019)
  • Fatores Ambientais: Está ligado a exposição a toxinas e medicamentos, infeções da mãe durante a gravidez, a idade dos pais e complicações no parto ou no período neonatal.
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Incidência

De acordo com o relatório divulgado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) em 2021, houve um apontamento de aumento do TEA em 1 em cada 44 crianças de 8 anos. A taxa é maior que no ano de 2020, quando a prevalência era de 1 em cada 54 crianças de 8 anos, havendo assim, um aumento na taxa, que passou de 1,9% para 2,3%.
 
Incidência do Transtorno do Espectro Autista
Incidência do TEA - Fonte: CDC

Tratamento

Ainda não se tem uma cura definitiva para o Transtorno do Espectro Autista, também não havendo um tratamento especifico que possa ser aplicado em cada caso envolvimento o transtorno. Como aponta Maria Helena, cada paciente exige um tipo especifico de acompanhamento, exigindo a participação de familiares e de uma equipe multidisciplinar.

Em entrevista ao G1, o neurologista Anderson Nitsche destaca que 
há três critérios fundamentais do tratamento terapêutico para crianças com TEA: a aplicação de terapias específicas para o autismo (um dos métodos mais consagrados é a Análise do Comportamento Aplicada – ABA, em inglês); o início precoce do tratamento para obtenção de melhores resultados em longo prazo; e a sua realização de maneira intensiva, com um programa terapêutico que incorpore, no mínimo, de cinco a dez sessões por semana.
Sobre as intervenções, podemos conhecer três delas:
  • Tratamento e Educação para Crianças Autistas e com Distúrbios Correlatos da Comunicação – ou TEACCH: Método que estimula o desenvolvimento sensorial do paciente, utilizando-se de cartões com figuras, símbolos, figuras, palavras escritas, materiais concretos, objeto e ação, trabalho em simultâneo a linguagem expressiva e a receptiva.

  • Análise Aplicada ao Comportamento – ou ABA (Applied Behavior Analysis): ABA é uma área do conhecimento voltada para o desenvolvimento de pesquisas e aplicações baseadas nos princípios fundamentais da ciência da análise comportamental, que estuda o comportamento humano com base nas interações entre organismos/ambiente.  De acordo com Mello (2005, p.35) "cada  habilidade  é ensinada,  em  geral, em  esquema individual, inicialmente apresentando-a associada a uma indicação ou instrução".

  • Sistema de Comunicação Através da Troca de Figuras – ou PECS: O PECS é um sistema que se utiliza de trocas de imagens com uma variedade de palavras voltados a situações cotidianas e práticas; sua apresentação é implementada em etapas, cada uma composta por objetivos específicos, apresentações e procedimentos de treinamento.
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Referências:

ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PSIQUIATRIA. Manual de diagnóstico e estatística de transtornos mentais (DSM-V). Porto Alegre: Artmed, 2014.
BRUNA, M. H .V. Transtorno do Espectro Autista (TEA). 2014.
RUSSO, Fabiele. Causas do Autismo. 2019.
MELLO, Ana Maria S. Ros de. Autismo: guia prático. 4. ed. São Paulo: AMA. Brasília: CORDE, 2005.

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